“Eu tenho medo que você seja um caminhão de luz
que me esmague e me cegue na frente de todo mundo. Eu tenho medo de ser
um saquinho frágil de bolinhas de gude e de você me abrir. E minhas
bolhinhas correrem cada uma para um canto do mundo. E entrarem pelas
valetas do universo. E eu nunca mais conseguir me juntar do jeito que
sou agora. Eu tenho medo de você abrir o espartilho superficial que
aperto todos os dias para me manter ereta, firme e irônica. Minha
angústia particular que me faz parecer segura. Eu tenho medo de você
melhorar minha vida de um jeito que eu nunca mais possa me ajeitar,
confortável, em minhas reclamações.”
Tati Bernardi. |
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