Acho que coloquei meu coração no modo vibracall. - Simplesmente Sereníssima

Acho que coloquei meu coração no modo vibracall.

em 28 de setembro de 2019


“Cruzei, no meio de uma avenida lotada, com alguém que tinha o seu perfume. Poderia jurar que você havia passado por mim. Eu quase que consegui sentir você, ali, no meio daquela multidão. Achei que tivesse ficando louco, desisti de seguir a pé, entrei num Uber, mas sua presença me perseguia. No rádio, tocava aquela música que a gente ouviu durante o nosso último beijo.
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Parece que, às vezes, a vida se veste de palhaço e começa a tentar fazer graça, só que esse humor sádico é a justificativa perfeita para os filmes de terror com esse personagem. Talvez, por isso, existam tantos palhaços macabros no cinema. Ok, tudo bem, não é para tanto, sua presença não me assombra assim, só estou, sendo bem sincero, tentando me manter distante de você. Estou tentando me abster da sua presença que é para não me apaixonar. Mais.
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Não sei se me tornei forte ou orgulhoso. Não consigo decidir se a minha ausência de ações rumo à paixão, é algo baseado em amor próprio ou se é mero capricho, birra. Não sei se sentir, mas não dizer, é certo. Mas confesso que sei que dizer e não ser recíproco, não me faz bem. É por isso que me calo. É por isso que sinto, sinto muito, ou acho que sinto de verdade, mas não me permito nem seguir pensando nisso. Que dirá dizer. Gritar.
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Acho que coloquei meu coração no modo vibracall. Ele ainda toca, ele ainda sente, mas ele não faz barulho. Ele não chama atenção. Ele espera só que alguém note que o amor está ligando. Que o amor precisa de um pouco de atenção. E sim, eu sei, sei que isso é covardia, que posso estar perdendo uma oportunidade incrível de ser feliz ao lado de alguém que me faça bem, mas... Dá medo, sabe?
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Eu precisaria de muitas outras palavras para te descrever com exatidão tudo que já vivi por causa do amor. Todas as minhas aventuras, todas as minhas lágrimas derramadas, por mais que os sorrisos tenham sido sinceros também, mas, sério, de verdade, eu tenho medo. Pavor. Eu entro em pânico só de pensar que, depois de tanto lutar para me reerguer, depois de colar cada pedaço do meu coração, eu posso entregar ele para você brincar até enjoar e, mais uma vez, eu recomeçar aquela mesma procissão silenciosa rumo ao “superar”.” (Matheus Rocha)

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