"Um milhão de argumentos silenciosos se agitaram
na minha cabeça. Por que isso não basta para você? Por que eu não basto
para você? Por que não confiou em mim? Se tivéssemos mais tempo, teria
sido diferente? De vez em quando, eu me pegava olhando as mãos
bronzeadas dele, aqueles dedos de formato quadrado, a poucos centímetros
dos meus, e me lembrava de como era a sensação de nossos dedos
entrelaçados — o calor, a ilusão de, mesmo paralisados, terem uma
espécie de força — e um nó se formava na minha garganta até eu achar que
mal conseguia respirar e tinha de ir ao banheiro, onde me debruçava na
pia e soluçava em silêncio sob a faixa luminosa. Havia alguns momentos,
quando pensava no que Will pretendia fazer, que eu realmente precisava
lutar contra a vontade de gritar; eu me sentia invadida por uma espécie
de loucura e pensava que eu podia apenas me sentar no corredor e gritar e
gritar até alguém aparecer. Até que alguém garantisse que ele não podia
fazer aquilo."
Como eu era antes de você.
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